terça-feira, fevereiro 06, 2007

Raízes



As raízes são a base necessária para nos estabelecermos...sentirmos que pertencemos e somos pertença... num clã, num grupo, num extrato de população, de uma etnia, na natureza...essas mesmas raízes que tornam essa ligação cada vez mais complexa, são também fonte de extravios acidentais do pensamento humano.
Prendem-no determinantemente a uma existência, a uma paisagem, a uma língua ou a uma atitude que condena a ordem e as regras do seu dia-a-dia.
A necessidade que temos em ser aceites talvez esteja no cerne de toda esta questão, mas a comodidade de pensar que podemos generalizá-la a espaços, culturas e até a tempo diferentes torna toda a complexidade que deveria ser uma constante evolutiva, numa tarefa banal, estagnante e até mesmo previsível do ser humano.
Se é bem verdade que, por outro lado, este conceito é muito subjectivo, e reforçado pela ideia de uma familiaridade quase incomodativa deste novo conceito de aldeia global; já numa procura intensiva do que realmente consta na sua génese, deparamo-nos com uma realidade absorta pelo que é representativo e pelo que é singular em apenas alguns de nós....não....não que seja uma forma de vida reservada apenas para uns...mas na verdade este sentimento destemido de deixar as raízes, ou levá-las consigo a enterrar noutros planos é uma tarefa destrutiva para dar lugar à criação e reconstrução de uma nova raíz, já reforçada e mesmo assim preparada para aquilo a que é destinada...à complexificação!!!


Faz-me pensar... num mundo traduzido em pequenas revoluções da mente - não transpomos ainda dessa barreira psíquica - e por isso ainda não conseguimos deixar as velhas raízes... ahhh je ignorer la réalité fausse :)

5 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

eu já me contento em conseguir ouvir o que o meu sangue murmura bem lá ao fundo... o resto é palha! ;)
tou a simplificar demais a minha existência?

bjinho... e uma vez mais um belo post!

quarta-feira, fevereiro 07, 2007  
Blogger telma disse...

claro que nãos estás a simplificar...quem melhor que tu para falares do que és????
agora a tua existência acarreta um conjunto complexo de compatibilidades e incompatibilidades genéticas...por isso somos humanos...mas não perfeitos :)

a tua vontade...bem isso é ainda mais complexo...pq não existe nenhuma igual...

beijinhos

quinta-feira, fevereiro 08, 2007  
Blogger Bárbara disse...

"As árvores têm de se resignar, precisam das suas raízes, os homens não. Respiramos a luz, cobiçamos o céu e quando nos metemos na terra é para apodrecer. A seiva do solo natural não nos sobe pelos pés em direcção à cabeça, os pés só nos servem para andar. Para nós só as estradas contam. São elas que nos guiam - da pobreza à riqueza ou a outras pobrezas, da servidão à liberdade ou à morte violenta. Elas fazem-nos promessas, levam-nos, empurram-nos e depois abandonam-nos. E então morremos, tal como nascemos, à beira de uma estrada que não escolhemos.”
"Origens" de Amin Maalouf

Não é a coragem que nos faz deixar coisas para trás mas sim a necessidade...somos muito mais de que compatibilidades e incompatibilidades genéticas, agora sem dúvida que as são as raízes os nossos alicerces, "a base necessária para nos estabelercemos".

Beijo-te.
Bárbara

sexta-feira, fevereiro 09, 2007  
Blogger telma disse...

esse livro é fantástico!! :)

oh minha linda mas nem sempre é assim..o comodismo disfarça a necessidade com a aceitação!!! e realmente acho que é necessária coragem para ultrapassar não só esta, como muitas barreiras que se impõem quando nos propomos a começar de novo!!!

beijinho

sexta-feira, fevereiro 09, 2007  
Blogger Bárbara disse...

Ainda bem que também gostas do livro, é sem dúvida um dos seus melhores.:)!
Sim a coragem é valiosa, mas achas realmente que é a coragem a grande motivação para começar de novo????

kiss para uma gata corajosa...risos
;).

sexta-feira, fevereiro 09, 2007  

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial