Another World
- "it´s all full of stars"- exclama um dos passageiros na missão 2001 - Odisseia no Espaço, quando entra para o monólito...uma outra dimensão à qual não faz sentido aplicar leis físicas ou o senso comum do que é terrestre ou extra-terrestre...encontra-se fora do nosso Cosmos, logo a Humanidade tem de evoluir.
Ver para além da nossa realidade...ou aquela que pensamos ser comum a todos...É, sobretudo ultrapassarmo-nos, vermo-nos de fora e assistirmos simultaneamente ao que fazemos e pensamos...esse é o passo seguinte, o maior passo de todos e sem dúvida o passo que nem todos aprendemos a dar. Ver para além do que temos perante nós é sem dúvida uma das características típicas e únicas no ser humano...o poder de abstracção despressureza-o de um meio sufocante, de uma rotina diária...mas também o leva a pensar e a construir um mundo subjectivo que reside única e apenas na mente...a capacidade inteligente de podermos construir em nós e para nós uma realidade subjectiva, com as cores e cheiros que queremos, dentro das paisagens que mais idealizamos ter um dia na nossa janela ou alpendre...mas a verdade nisto tudo...que me entristece... tudo se passa a um nível "3D", preconizado e determinado, limitado e conclusivo. É por isso que faço este post, que deve ser o último deste ano, dedicado a M. C. Escher... o humanista que foi capaz de construir para mim O Monólito nas suas telas de carvão, e que me mostrou um mundo de dimensões...onde me podia observar de todas as perspectivas, sem que para isso tivesse de perceber o Porquê, ou utilizar a minha abstracção..TUDO é claro e evidente! Por isso, porque sinto que devo e quero...partilho aqui, algumas das obras que a meu ver simplificaram um processo de percepção e assimilação do meu mundo, e daquilo que entendia como determinante e real. De uma forma que Escher soube simplificar, a Realidade é senão a interacção, o conjunto e o resultado do sonho exteriorizado tão próprio e curioso de cada um...
http://www.educ.fc.ul.pt/icm/icm2000/icm33/Escher.htm
Telma
Imagem: "Another World II " by Escher
7 Comentários:
Poça de água
Recordo bem este medo da infância.
Evitava as poças,
Sobretudo as novas, após a chuva.
Afinal, uma delas poderia não ter fundo,/
Ainda que parecesse igual às outras./
Ponho o pé e, de súbito, afundar-me-ei./
Voando para baixo,
Cada vez mais para baixo,
Rumo às nuvens reflectidas
Ou talvez mais além.
Depois a poça secar-se-á,
Fechar-se-á por cima de mim,
E eu ali, presa para sempre,
Com um grito que não chega à superfície./
Só mais tarde compreendi que
Nem todas as más aventuras
Cabem nas regras do mundo
E mesmo que o quisessem,
Não poderiam acontecer.
Wisława Szimborska, Instante (2002)
....è como os monólitos das nossas vidas!!!!!!!
Telminha tu só me surpreendes, num momento um ser frágil e inseguro e logo a seguir rebentas o pessoal com o teu poderio intelectual escrito! manda mais! bj
obrigado a todos pelos vossos comentários..cada um à sua maneira especial, me conforta ao fazer-me sentir apoiada em tais desvarios e desabafos...
beijinhos ;D
este post é muito bom... adoro lê-lo, há uma parte que me faz lembrar umas certas conversas que tivemos, acerca da transparência entre o interior e o exterior, e principalmente acerca da meta-linguagem, meta-cognição e meta-pensamento! I LOB IT!
e tenho saudades de vinho branco e boas conversas ;)
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
tb eu meu lindo...marca aí jantarada que conversa desta não vai faltar;)...ou então tens sempre coimbra, e o salão brasil!!!
bcinhos
que saudades vossas!!!:)
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