segunda-feira, setembro 08, 2008

miłość moja siostra


Alcoólicas
É crua a vida. Alça de tripa e metal.
Nela despenco: pedra mórula ferida.
É crua e dura a vida. Como um naco de víbora.
Como-a no livor da língua
Tinta, lavo-te os antebraços,
Vida, lavo-me no estreito-pouco do meu corpo,
lavo as vigas dos ossos, minha vida
Tua unha plúmbea, meu casaco rosso.
E perambulamos de coturno pela rua
Rubras, góticas, altas de corpo e copos.
A vida é crua. Faminta como o bico dos corvos.
E pode ser tão generosa e mítica: arroio, lágrima
Olho d'água, bebida.
A Vida é líquida.


Poema de: Hilda Hilst

1 Comentários:

Blogger Vai Buskar! disse...

Como é que ainda ninguém comentou essa foto, esse poema...

"Considero a família e não o indivíduo como o verdadeiro elemento social (arriscando-me a ser julgado como espírito retrógrado)" - Honoré de Balzac


Bjs* ;)

sexta-feira, janeiro 09, 2009  

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